terça-feira, 30 de outubro de 2007

PARA QUEM DEVEMOS CONSTRUIR PONTES?


“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo... Rogamo-vos da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.
II Coríntios 5:19, 20


Já compartilhamos, em outra oportunidade que Deus nos deu o Ministério da Reconciliação. Esse ministério seria o equivalente a construir pontes. Hoje quero compartilhar para quem devemos construir pontes.
Somos chamados para construir pontes entre os pais e os filhos. Há um abismo no relacionamento entre pais e filhos, cada dia o amor entre eles se esfria. As decisões tomadas não levam o outro em conta. O distanciamento entre pais e filhos têm produzido pessoas doentes na alma. Malaquias 4:6 há uma promessa: “Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais”. Somos chamados por Deus como instrumentos pelos quais Ele cumprirá essa promessa.
Somo chamados para construir pontes entre marido e mulher. O casal é a base do lar. Homem e mulher foram chamados por Deus para tornar Seu projeto de Família uma realidade na terra. O divórcio, o descompromisso e o crescente ataque da mídia à família têm minado as relações conjugais. Somos chamados para restaurar o relacionamento conjugal.
Somos chamados para construir pontes entre Deus e as Pessoas. A Bíblia diz que as pessoas não encontrarão razão para viver se não se chegarem a Deus. O pecado tem separado as pessoas de Deus, o Pai que deseja a volta de seus filhos e, por isso, enviou Seu Filho Jesus para nos salvar morrendo na cruz. Nós que fomos salvos por esse amor, somos chamados para demonstrar esse amor de Deus aos perdidos desta geração.
Você tem respondido ao seu chamado?

CONSTRUTORES DE PONTES




“Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação”.
II Coríntios 5:18

O final do ano é oportuno para reavaliações, decisões e mudanças. É também tempo para se avaliar a vida com Deus. Tempo de reconciliação, de se virar à página, eliminar velhos rancores e mágoas e recomeçar. Paulo trata desse assunto nessa passagem, trazendo à memória o que Deus fez através de Jesus Cristo. Quando diz que nos reconciliou consigo e nos deu o ministério da reconciliação, o apóstolo está afirmando que, além de construir uma para que chegássemos à Sua presença, nos deu a missão de sermos construtores de pontes. Como age um construtor de pontes?
Primeiro, ele segue um projeto. Assim como o bom construtor segue um projeto arquitetônico traduzido em plantas detalhadas, para sermos construtores de pontes devemos seguir o projeto que Deus elaborou antes da fundação do mundo de reconciliar a humanidade consigo por meio de Jesus Cristo. “Tudo isso provém de Deus”. Esse projeto é detalhado e mostra que as pessoas se reconciliarão com Ele através do testemunho pessoal que damos do Seu perdão, da vivência dele na família, nos relacionamentos em geral e com os irmãos da igreja.
Segundo, ele usa o material certo. Assim como o bom construtor se preocupa com a qualidade do material usado na construção, nós, como construtores de pontes devemos nos preocupar em usar o material adequado para isso. Pessoas se unem pelos mais diversos motivos, alguns até escusos. A reconciliação que promovemos é baseada unicamente na verdade de que Deus reconcilia a humanidade por meio de Jesus Cristo e o seu sacrifício na cruz. Isso tem de ser deixado bem claro àqueles que queremos trazer para Deus.
Por último, nunca deixemos de lembrar o propósito da ponte. Assim como o bom construtor faz a ponte pensando que ela vai ligar dois lugares separados por barreiras antes intransponíveis, nós, precisamos ter em mente que fomos chamados para construir pontes entre as pessoas e Jesus através de nossas vidas, para que Ele as transforme em nova criação e as leve a Deus, o Pai, como filhos restaurados, como ele fez conosco.
Onde você precisa construir pontes?































quinta-feira, 6 de setembro de 2007

ATO PROFÉTICO

"Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício".
Provérbio 21:3

A foto acima registra um vazamento de água ocorrido na Câmara dos Deputados em Brasília, e os homens trabalham para limpá-la.

Ela me despertou por causa de tudo o que está ocorrendo naquela que deveria ser a casa dos representantes do povo. Lembrei-me do mar de lama que tem corrido por debaixo dos holofotes e que tem minado sua credibilidade, agora, para completar, atingindo o próprio presidente da casa.

Não quero aqui fazer julgamentos precipitados, já que, devido á frequência dos escândalos, tornou-se lugar comum condenar antes mesmo de ser julgado. Contudo, não se deve ignorar que a corrupção tem manchado a autoridade dos governantes do país.

Deprimente, também, é o teatro onde alguns se posicionam como baluartes da moralidade quando, na verdade, talvez fizessem o mesmo debaixo dos panos, resguardando aqui os campeões morais da casa que, infelizmente são poucos mas, existem.

O texto acima me lembra que o Deus que a Bíblia apresenta é ama a justiça e a valoriza como sendo uma verdadeira adoração. ninguém pense que escapará incólume ao seu julgamento. Fazer justiça e julgar com retidão é o mesmo que ser imparcial ainda que, com prejuízo próprio, coisa que não acontece no Brasil. Ser justo é um ato de culto.

Minha oração é que o avivamento de Deus chegue nesse país, e que revolucione, por meio da igreja, até as instituições democráticas. Quero encarar a foto acima como um ato profético, assim com a água que vazou foi limpa em pouco tempo, que o mar de lama seja removido o quanto antes, para que Deus possa abençoar essa terra e sarar suas feridas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A HONRA DO IDOSO


"Não repreendas asperamente o idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai".
I Timóteo 5:1
É extremamente deprimente o tratamento que se dedica aos idosos. Numa sociedade capitalista, onde o valor é medido pelo que se produz e a memória é nula por causa da idéia o melhor é o que está na frente, percebemos o amor esfriando dos filhos pelos seus pais, colocando-os em asilos e esquecendo-os lá para morrer à míngua.
Parece que esquecemos que esses homens e mulheres que chegaram à velhice foram os construtores da sociedade que hoje desfrutamos, deram seu suor, força e energia para que o país se desenvolvesse. Sacrificaram-se, às vezes ao extremo, para que seus filhos tivessem uma boa educação formal, pagaram o preço de não poderem estudar por causa das crises que assolaram o seu tempo de juventude, tendo que pegar no batente ainda novos.
Parece que esquecemos que esses anciãos investiram cada centavo para terem uma vida digna no final, e, o que este país faz é um crime com suas aposentadorias, e planejam o pior, diminuir o benefício por causa da quantidade.
Parece que nos esquecemos de que um dia nós, todos nós, teremos a idade deles. A maneira como os tratamos, ensinamos nossos filhos a nos tratar também.
Quando estive em São Paulo, eu ouvi uma canção regional que falava de um pai que, sem ter para onde ir, foi morar na casa do filho, mas o conflito que a esposa gerou por causa da presença do ancião foi tamanho, que ele decidiu despachar o pai sem destino. Na saída, lhe deu um cobertor de couro. O neto, que a tudo assistia em silêncio, quando o avô se distanciava, o chamou e, com uma faca, foi até ele e corou a metade do cobertor, beijou o avô e voltou para seu pai que o perguntou: "Por que você cortou o cobertor meu filho?" perguntou o pai. "para dar ao Senhor quando despachá-lo na velhice!". Disse o filho.
Jesus disse que tudo o que queremos que as pessoas nos façam devemos fazer a elas primeiro.
A bíblia reserva uma honra especial aos velhos, os cabelos brancos são símbolos de sabedoria, experiência, os idosos deveriam ser honrados, colocados como conselheiros de governantes, consultados no meio da crise.
Paulo dá uma orientação em relação ao idoso para Timóteo. Trate-os com o mesmo respeito que você reserva a seu pai. Timóteo, apesar de ter tido pai grego, foi criado por sua avó e sua mãe, mas isso não o impediu de cumprir a determinação, que, apesar de ter sido uma instrução para um pastor, serve para todos nós.
É profunda falta de respeito ter de estabelecer leis para que o idoso seja reconhecido, honrado e recompensado pelo sua contribuição. É pecado a maneira como se trata um velho nesse país. Deus vai pedir contas. Precisamos ser cristãos verdadeiros, que vivem o que pregam também em relação ao idoso.
"Não repreendas asperamente o idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai".

terça-feira, 28 de agosto de 2007

A HERANÇA DOS MANSOS




"Quão felizes são os mansos, pois eles herdarão a terra".
Mateus 5:5

Mansidão é sinônimo de humildade e é uma das características do cristão. É uma disposição de obedecer a Deus de forma confiante e alegre. Essa bem-aventurança se baseia no Salmo 37:11: "Mas os humildes receberão a terra por herança e desfrutarão pleno bem-estar".

A mansidão é parte do caráter do próprio Deus que, apesar do seu poder e justa indignação com o pecado, é o seu amor e misericórdia quem se manifesta no final. Davi disse uma vez quando Deus mandou escolher qual castigo sofrer por uma falta grave cometida: "Prefiro cair nas Tuas mãos a cair nas mãos dos homens, porque o Senhor é misericordioso".

Quais os aspectos da mansidão de Deus? O primeiro é que, a despeito de ser o Altíssimo Rei do Universo, se aproxima do ser humano para exaltá-lo. Salmo 18: 35 diz: "Tu me dás o teu escudo de vitória; Tua mão direita me sustém, desces ao meu encontro para exaltar-me". Quando decidimos confiar plenamente em Deus e pararmos de lutar contra sua vontade e, humildemente nos submeter, Ele nos exalta diante de todos, inclusive dos inimigos. ele não se ressente de compartilhar suas bênçãos conosco. É esse aspecto de Seu caráter que está descrito no Salmo 23: "preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos".

Um outro aspecto é o seu afeto e carinho por nós. Isaías 40:11 diz: "Como pastor ele cuida de seu rebanho; com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentam suas crias". Deus nos trata com amor e se importa com cada detalhe de nossa vida, inclusive com as circunstâncias pelas quais passamos. É companhia nas alegrias e nas tristezas.

Um outro aspecto é a sua notável determinação para restaurar o quebrado, encontrar o perdido, curar o doente e perdoar o pecador. Isaías 45:3 diz: "Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o caniço fumegante, com fidelidade fará justiça". Deus não tem prazer na destruição de uma pessoa derrotada, quebrada por causa de seus erros, e pancadas levadas na vida. Ele não termina de quebrar o que está rachado e nem acrescenta peso à culpa do pecador, seu objetivo de restaurar, fazer justiça, trazer de volta o que estava perdido.

Portanto, quando Jesus exalta a mansidão, não o faz porque Deus é um líder tirano opressor que se interessa pela passividade dos liderados. Mas porque conhece o Pai como um Deus cheio de mansidão, de serenidade e amor no trato com seus filhos, e ansioso pela volta daqueles que se perderam no meio do caminho.

Por isso o Autor de lamentações declara que Deus é a sua esperança quando diz: "Agora, porém, quero trazer à memória aquilo que me dá esperança: As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, pois o seu amor não tem fim. Ele se renova a cada manhã". Lamentações 3:21-23

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

MAIS-QUE-VENCEDORES


O Encerramento do PARAPAN deixa saudades e profundas lições.


Todos os seus participantes tinham em seu corpo alguma limitação física, alguma deficiência de nascença ou acidental. Todos tinham motivos suficientes para se recolherem em depressão ou revolta pelo que a vida lhes privou, e viver entregues, dependentes, como desistentes da vida.


Quando eu vejo a foto acima, contudo, enxergo mais que vencedores que não se entregaram, não se conformaram e nem permitiram que as ditas deficiências físicas limitassem sua existência, antes, através do esporte, com determinação e garra, fizeram delas obstáculos a serem superados, um mero detalhe a mais na superação dos limites tornando-se exemplos para quem decidir não permitir que nenhuma barreira os impeça de viver. Meus parabéns a todos os atletas que participaram deste evento.


Esses paraatletas me lembram o que o Autor da carta aos Hebreus falou a seus leitores em Hebreus 12:1,2: "Portanto, também nós que estamos cercados por tão grande núvem de testemunhas, livremo-nos de todo o peso e do pecado que tão de perto nos rodeia e corramos a carreira que nos foi proposta, olhando fixamente para Jesus, Autor e Consumador da nossa fé".


A Bíblia compara a nossa vida com uma maratona, uma corrida de resistência, onde a perseverança é condição fundamental para vencer. Nessa corrida não vence quem não tem fraquezas, ou limitações, não é uma carreira para "perfeitos". Todos nós por causa da nossa natureza carnal, somos marcados por deficiências e limitações espirituais, que nos distanciam de Deus.


Sendo assim quem vence tal corrida?


Aquele que segue o exemplo de fé de quem já terminou a corrida. O capítulo 11 nos dá uma lista de pessoas que, conquanto limitadas e tão humanas quanto nós, venceram, chegaram ao final, algumas conhecidas, outras anônimas, mas todas exaltadas por Deus como "pessoas dos quais o mundo não era digno". Elas não tinham nada de especial, apenas souberam correr conforme as instruções dadas por Deus. O que fizeram e nós devemos fazer também?


Devemos nos livrar dos pesos desnecessários, dos pensamentos, atividades que atrapalham a caminhada, do ativismo em excesso, dos complexos e fortalezas espirituais, dos pensamentos fixos de derrota. É preciso se livrar dos pesos.


Além disso, devemos nos distanciar do pecado, das práticas que entristecem a Deus, que força a pessoa a andar para trás e, a cada dia, aproximarmos de Deus, cônscio de que, quanto mais próximo dele, mais longe do pecado.


Também precisamos decidir nunca desistir. Perseverança é assumir um compromisso de continuar aconteça o que acontecer. Não existem vitória sem determinação de superar os limites, deficiências e fraquezas no poder do Espírito Santo.

Para vencer, contudo, é fundamental ter a mente focada em Jesus Cristo, olhar para a linha de chegada e continuar em direção a ela até chegar. É esperar receber dele o abraço, o elogio, o aplauso, ele tem dito a você durante a caminhada: "continue, vai valer a pena". Todo o sofrimento e esforço, toda superação será recompensada pela coroa que está reservada no final.

Os paratletas me lembraram a minha corrida espiritual, do que preciso e posso, em Deus, superar, de olhar para aqueles que já venceram, abandonar tudo o que possa me impedir de chegar ao final e a não desistir por nada, porque quero ouvir o meu Senhor dizer quando eu chegar: "Você é um filho em quem eu tenho prazer, que me dá alegrias!". Vale a pena o preço a ser pago agora.

Aos paratletas meus parabéns, e meu muito obrigado! Vocês merecem o nosso respeito!






sexta-feira, 17 de agosto de 2007

FÉ APESAR DE TUDO


A mídia tem noticiado sobre o terrível terremoto que assolou o Perú essa semana. O quadro é assolador. Mais de quinhentos mortos, corpos espalhados pelas ruas e casas, milhares de desabrigados. Ainda não se chegou a números reais da tragédia, que repercutiu no Brasil e até no Japão.

Hoje me deparei com a foto acima. Uma mulher peruana sentada em frente aos escombros de sua casa lendo a Bíblia. Pode-se especular sobre as razões que a levaram a isso, descobrir as razões, buscar conforto. Sabemos que igrejas foram destruídas nesse episódio.

Essa cena me faz refletir sobre os grandes enganos que têm assolado a teologia evangélica brasileira. Hoje está popularizado o ensino da teologia da prosperidade que prega a riqueza material como bênção de Deus, que o cristão está imune à doenças e sofrimento, tal teologia não prepara as pessoas para enfrentar situações como às dessa mulher.

A Bíblia nunca nos prometeu ausência de aflição, mas a certeza da vitória, do consolo. do conforto e da presença de Deus conosco. O estar no mundo nos faz sujeitos às tragédias do mundo, Jesus mesmo deixou claro que o sol nasce para justos e injustos e os problemas também. O xis da questão não são as tribulações mas como nos comportamos dentro delas, como reagimos a elas, como nossa fé se posiciona frente às tempestades.

Quero imaginar essa mulher com o coração apertado, não sei se perdeu parentes e familiares nem se tem para onde ir. O que sei é que sua decisão de abrir a Bíblia reflete a sua fé. Quero crer que, em frente aos escombros de sua casa, de suas lembranças de uma vida inteira, esteja buscando ao Senhor e dizendo no auge da sua dor:

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor é a minha fortaleza e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente." Habacuque 3:17-19

Por mais dolorido e terrível que seja a prova, tanto maior será a graça de Deus sobre nós. É fácil ter fé quando tudo está bem, contudo, depois de tão terrível terremoto, tantos mortos, tantos feridos e desabrigados, a fé continua afirmando, confiando, crendo que Deus é Deus. Fé para ser fé tem de ser fé apesar de tudo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

MAIS UMA VÍTIMA DA VIOLÊNCIA

Foto do possível assassino de Tamires


A notícia da morte da jovem Tamires no auge de seus 20 anos, na noite do dia 13 de agosto, num assalto ao carro onde estava, por não ter conseguido soltar o cinto de segurança, tornando-se mais um dígito nas estatísticas das vítimas da violência chocou pelo nível de banalização da vida humana a que se chegou. isso metrouxe algumas reflexões:





A primeira, a violência atingiu um nível tal em que o poder público não está conseguindo acompanhar, e a continuar nesse rumo, vai chegar à anarquia. Toda a omissão das autoridades de outros tempos, a indiferença quanto á questão dos marginalizados da favela, a complacência e o consumo dos produtos ilegais do tráfico por parte da sociedade, agora, como um bumerangue, se volta contra ela.





A segunda, a violência afeta o processo natural das coisas. Ao ver o pai de Tamires no local do crime desesperado pela morte da filha, e pensar no fato de que, como muitos outros pais, ele vai enterrar os sonhos, os projetos, sua posteridade, e futuro. Vai enterrar o seu coração junto. Vai enterrar quem deveria enterrá-lo quando morresse.





A terceira reflexão, é que, enquanto as autoridades vão perdendo tempo dando desculpas e explicações para o inexplicável e a incompetência, a violência vai destruindo um pilar fundamental da sociedade: Os seus valores. A vida é o bem maior da humanidade, mas tem valido menos do que algumas gramas de cocaína ou crack. Tem valido menos não para os bandidos, mas também para a sociedade consumista e fria de hoje.





Por fim, não se pode deixar de pensar na realidade da morte, do encontro inevitável com ela, e, o encontro com o nosso Criador. Tamires foi ceifada no auge da sua juventude, e nem um dos seus planos, projetos e sonhos foram levados em conta. Estava de viagem marcada para o Japão, queria buscar algo melhor para seu futuro. Tal fato me faz lembrar o diálogo que o filósofo Sócrates teve com um discípulo sobre o assunto. "Mestre, qundo é que devo me preparar para a morte"? perguntou o aprendiz, "Um dia antes da sua chegada", respondeu o velho sábio. o aluno retrucou: "mas eu n ão sei quando ela vai chegar!" "Então comece a se preparar hoje".





Essa é a razão pela qual a Bíblia nos diz: "Vocês nem sabem o lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa!" (Tiago 4:14). Por isso, é extretamente importante seguirmos a recomendação do profeta Amós: "prepare-se para encontrar-se com seu Deus" (Amós 4:2).





Você está preparado?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O CHORO DE QUEM VÊ A INJUSTIÇA




“Quão felizes são os que choram,pois serão consolados”
Mateus 5:4



Quem chora terá consolo.

A sensibilidade é uma característica do filho de Deus. Por mais trágicas que sejam as situações enfrentadas, como disse Che Guevara, ele nunca perde a doçura, mas se recusa a deixar-se cauterizar, endurecer, represar, se acostumar com o mal como algo normal,banal, a chamar o erro de acerto e o acerto de erro.

Paulo diz que “o amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade” (I Coríntios 13:6). O lamento pela injustiça é o choro de quem ama a verdade, por causa do evangelho. Não é um choro de murmuração ou revolta, mas de dor de um coração que se importa com a situação, contudo, entrega a Deus porque confia que “o Senhor faz justiça e defende a causa dois oprimidos” (Salmo 103:6).

Esse pranto não é daquele que sofre a injustiça somente, mas a vê se estabelecendo como um sistema, uma prática, uma cultura. Ele enxerga a situação geral, vê a desesperança que provoca nas pessoas e, não conseguindo ficar indiferente a tudo isso, chora, sentindo um pouco o que Deus sente.

O choro da injustiça é uma reação de indignação justa ao que está errado, é a ira que não peca. É o grito de alerta ao mundo que haverá conseqüências sérias para quem insistir em viver fora dos propósitos de Deus. A Bíblia diz: “Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem” (Romanos 2:2).

É preciso uma dose maior de maturidade espiritual para sair do egocentrismo, da zona de conforto e voltar os olhos para o que está ao redor, e reagir com tristeza e indignação ao estado de injustiça, impunidade e desprezo pelo que é correto que reina na sociedade em geral. Quem vai a Deus interceder chorando pela causa da justiça no mundo tem consolo garantido.

A FELICIDADE DOS QUE CHORAM




“Quão felizes são os que choram, pois serão consolados”.
Mateus 5:4


Parece um contra-senso a expressão: quão felizes os que choram. Contudo, numa sociedade cansada de represar emoções para não demonstrar fraquezas, relacionamentos superficiais e utilitários, e de pagar alguém para ouvir seus problemas, ela expressa alívio. As empresas, atestando o grande prejuízo emocional desse estado de coisas, têm promovido momentos de convívio mútuo, palestras motivacionais, e premiações para superar tais dificuldades, investindo inclusive em assistência terapêutica.

A ciência tem atestado que o choro é uma prática saudável que alivia a alma, revigora as baterias emocionais e dá vazão à dor. Quem não chora adoece o espírito. É bom, contudo, destacar que, apesar de todo o bem estar que proporcione, Jesus não se refere a qualquer choro. Por exemplo, ele não está afirmando que é feliz quem chora de raiva, ou por causa do orgulho ferido, ou da mágoa ou do rancor guardado, de ódio ou de manha. Jesus não associa o choro às manifestações de gênio, mas à nossa sensibilidade à certas circunstâncias.

Jesus se refere à reação emocional pura e sincera que leva à uma ação, e não a uma comoção passageira que deixa tudo como está. Não é o choro do sensibilizado, mas do frustrado, do aflito. De alguém que tentou e não conseguiu, embora desejasse muito. Quais os choros que levam a tal prática? O choro de quem reconhece seus erros e pecados, de quem sofre e enxerga a injustiça, de quem se compadece da dor do outro, de quem está aflito e de quem sofre da tristeza dada por Deus.

A reação emocional por causa do pecado é um aspecto do arrependimento. Tal reação vem do reconhecimento de que falhou com Deus, e concordou com Ele que o ato cometido foi pecado e um mal, segundo o Seu ponto de vista de Deus, e, por isso, tem consciência que esse erro o o fez enviar seu Único Filho para morrer na cruz por causa disso. Quem chora essas lágrimas não se prende à culpa ou ao remorso, mas busca, sinceramente, corrigir seus erros e o perdão de Deus ou da pessoa que magoou, e demonstra profunda decepção consigo mesmo por não conseguir fazer Deus, o seu Pai sorrir.

Deus, por sua vez, se comove com o choro do arrependido e o espera de braços abertos porque, para Ele não há melhor culto, melhor adoração, melhor declaração de confiança do que a daquele que abre sua alma em confissão e se joga em seus braços na certeza de que será aceito. Davi conhecia bem esse aspecto do caráter de Deus, por isso, em sua confissão, escreveu: “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás”(Salmo 51:17). Há muito tempo Ele tem chamado seus filhos ao arrependimento. “Agora, porém, declara o Senhor, voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto” (Joel 2:12).

Arrependimento não é uma atitude conseqüente do pecado que foi descoberto, mas a ação consciente por causa do pecado praticado. O arrependido toma a iniciativa de confessar, não confessa porque foi flagrado no erro, embora possa existir arrependimento em quem é pego. Contudo, o mundo tem como verdade a idéia de que errado não é cometer o pecado, mas ser pego. Nada, porém, passa despercebido por Deus.

O arrependido é aquele que reconhece o erro e, sem justificá-lo, o confessa com profunda tristeza e quebrantamento. Não argumenta, não racionaliza que todo mundo faz nem transfere a culpa para o outro, simplesmente diz: Fui eu Senhor, só eu errei. E chora suas limitações e fraquezas se colocando à mercê da misericórdia e do amor de Deus.
Quem chora dessa maneira é feliz porque encontra o consolo do perdão de um Pai amoroso que o espera de braços abertos. Por isso Pedro pregou no templo: “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do Senhor, e ele mande o Cristo, o qual lhes foi designado, Jesus”. (Atos 3:19,20).

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

OS SÍMBOLOS DA HUMILDADE 2





“Quão felizes são os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus”
Mateus 5:3


No último estudo falei sobre a ovelha como um dos símbolos de humildade, vamos falar de um outro animalzinho. A corça. Com uma altura média de 95 a 135 cm de alturas e um peso entre 18 e 29 Kg, é considerada o menor cervídeo europeu. Ao passo que a ovelha é um animal dócil, e se ajusta bem ao confinamento, a corça é arisca, avessa a confinamentos e de caráter migratório.

Sua habilidade de, num salto, cobrir grandes distâncias, a faz um animal ligeiro e difícil de ser pego. Costuma escalar lugares altos que alcança rapidamente com seus saltos. O profeta Habacuque disse no fim do seu livro: “O Senhor, o Soberano, é a minha força; ele faz os meus pés como os da corça; faz-me andar em lugares altos” (Habacuque 3:19).

Apesar de hábil, a corça é um animal frágil, que fica sedenta e desesperada por água com muita freqüência. Dotado de olfato privilegiado sente o cheiro da água a quilômetros de distância e é capaz de perceber um lençol de água a metros abaixo da superfície. Seu desepero a faz perseguir a água até achar a sua nascente. Por isso Davi escreveu: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Salmo 42:1).

A corça, por suas características, lembra um outro aspecto da humildade: O equilíbrio entre a liberdade e a dependência de Deus. Assim como ela precisa desesperadamente de água, a todo instante para poder saltar livremente, é preciso humildade para reconhecer que ser livre é depender de Deus que não nos confina, mas liberta de todas as cadeias que nos prendem. Seu Espírito nos enche para que possamos andar, saltar e escalar os lugares altos acima das circunstâncias, problemas e tudo o mais (como diz a canção). Para andarmos em Sua presença.

Como a corça, contudo, é necessário aprender a beber a quantidade diária necessária para viver e vencer neste dia. É no poder do Espírito Santo que chegamos cada vez mais perto de Deus. Muitos pregam que Quanto mais poder mais perto de Deus, como se estar com Ele depende de quantidade e intensidade. Chegar mais perto de Deus está relacionado com a convivência, com um processo diário e continuado, com o desejo apaixonado, com o anelo intenso, com a busca que toma o coração. Deus nos dá a medida diária necessária dEle, nem mais nem menos. Se a necessidade aumentar, ele aumentará a dose, é um processo, não uma corrida.

Ser humilde é andar em lugares altos, mas perto dos rios. É ir longe na direção de Deus, é buscá-lo, como escreveu Helder Assis, com desespero, com sede, com o olfato privilegiado para localizar a fonte certa, continuamente, todos os dias sem se acomodar, sem se deixar confinar. Como uma Ferrari sem gasolina não é nada, não somos ninguém sem Deus, por mais talentosos que sejamos. É admitir em meio a uma sociedade que tem a independência como utopia, e a solidão como resultado, que precisamos de Deus, e ele sabe disso, e está pronto para reabastecer nossa alma com seu conforto, nossas emoções com Seu amor, nossa mente com suas verdades e nossa fé com suas respostas.

Não tem coisa pior do que sofrer, chorar e não ter ninguém ao lado para encostar a cabeça. Feliz é aquele que, humildemente, reconhece que sua liberdade está na dependência do Senhor que o faz andar em lugares cada vez mais altos, até chegar ao reino dos céus onde está sua herança.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

OS SÍMBOLOS DA HUMILDADE 1




“Como são felizes os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus”
Mateus 5:3


Essa bem-aventurança fala de humildade. O termo significa pobreza, mendicância, que na essência indica dependência, simplicidade, ausência de orgulho e de ambição.
A Bíblia sempre associa qualidades essenciais a animais, a águia representa a renovação e a força no Senhor, por causa dos seus vôos. A serpente, apesar da associação com o mal, também pode ser ligada a prudência. A formiga representa o trabalho previdente. Três animais, porém são associados com a humildade: A ovelha, a corça e a pomba. Hoje vamos falar do primeiro animal.
A ovelha, depois do homem, é o animal mais dependente que existe. Não possui um senso de orientação aguçado se perdendo com facilidade do rebanho tornando-se alvo fácil das feras do campo. Ela necessita a todo instante da presença segura do pastor para se sentir tranqüila.
Seu amor pelo pastor é demonstrado no fato de ouvir a sua voz e conhecê-la. Sendo leal a seu dono ela descansa ao ver o cajado, pois sabe que onde estiver o cajado, o pastor está.
A ovelha anda em bando e depende dele. É um animal de natureza comunitária. Por não saber andar só e ser pouco inteligente, berra muito alto quando se perde, mas, na eminência da morte se limita a derramar uma lágrima singela.
A ovelha me ensina que a humildade de espírito implica no reconhecimento de total dependência de Deus, de que, sem Ele, se anda perdido na existência. Na Sua presença se pode descansar.
Ser humilde é amar a Deus como seu bem maior. É ouvir, conhecer e atender ao seu chamado, e somente a ele. É enxergar as Escrituras Sagradas como o Seu cajado e crer que ele está onde o cajado está. É reconhecer que a vida não para ser vivida de forma egocêntrica, egoísta, mas, como disse Paulo Solonca, de maneira OUTROCÊNTRICA, ou seja, levando sempre o outro em conta. É viver de modo comunitário, para servir. Humildade é reconhecer-se como alguém de comunidade, dependente de comunidade.
Ser humilde é ter coragem de dizer que dói, onde dói (como já disse Caio Fábio), é reconhecer e expressar as dores e os medos, as dúvidas e tristezas, os erros e pecados. Ser humilde é saber morrer, por acreditar que a morte não é o fim, mas o começo de uma nova vida com o pastor.

terça-feira, 31 de julho de 2007

TRÊS COISAS ESSENCIAIS PARA A VIDA E UMA FUNDAMENTAL

Mateus 5:1: "Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e se assentou. seus discípulos aproximaram-se dele, e ele começou a ensiná-los".

A ansiedade produz uma profunda solidão. Uma terrível sensação de abandono, de que não estou ouvindo, que desistiram de me atender. Tal impressão é produto da tendência humana de querer que Deus nos acompanhe em nossos projetos e desejos, que nos atenda do nosso jeito. Elaboramos a agenda para ele assinar.

Esse texto, aparentemente simples, me saltou aos olhos num momento difícil da minha vida. Jesus me ensinou três coisas que são essenciais euma fundamental para a vida.

Primeira, Jesus viu as multidões, ele me vê, me observa, se importa. Sua visão é diferente da minha, é uma visão em vôo, mais ampla, diferente de quem enxerga estando no meio do problema. Acompanha passo a passo, de quem sabe a saída, mas me espera chegar perto primeiro para poder orientar. Isso é essencial porque, apesar da sensação de solidão, eu sei que ele está sempre olhando para mim.

Segunda, Jesus subiu ao monte, ele me ensina que subir ao monte é buscar a presença de Deus. Ele mesmo subiu ao monte diversas vezes para orar, para receber de Deus orientação para o seu ministério e decisões fundamentais. No meio do problema, é essencial aprender a subir o monte, a buscar a presença de Deus, a lhe perguntar o que fazer. O monte é lugar da transfiguração, como no Tabor, da adoração como no Sião, da manifestação do poder, como no Carmelo, da crucificação, como no Gólgota. É na tribulação que eu tenho de me aproximar de Deus. Rick Warren diz que na dor não devemos fugir de Deus, mas para Deus porque é o único que pode nos ajudar. É no monte que vejo Deus fazer um vale de ossos secos se transformar em um exército.

Terceira, Jesus assentou-se... e passou a ensinar. Deus não se submete à nossa pressa, é preciso desacelerar para aprender. Um processo gradativo e não instantâneo, um passo de cada vez. É essencial aprender a se assentar aos seus pés e aprender dele como fez Maria, a irmã de Lázaro. O monte também é o lugar da revelação de Deus, como no Sinai, e o lugar onde Jesus vai nos ensinar a viver uma vida de acordo com os propósitos de Deus.

A atitude fundamental para vencer a ansiedade é se aproximar dele. Jesus só ensina aos seus amigos, a quem tem relacionamento com ele, a quem se dispõe a andar com ele. Eu preciso colocar os olhos em quem me vê, subir ao monte, apesar das pressões, me livrar de qualquer peso que me impeça de me aproximar dele, se assentar a seus pés, e aprender a obedecer, um passo de cada vez. Aprender os segredos que ele só revela a quem crer que ele cuida de todas as necessidades. Essa é a atitude fundamental da fé.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

COMO SAIR DA CAVERNA DO ESGOTAMENTO ESPIRITUAL EM 40 DIAS


I Reis 19: 1-18

1 – Ora, Acabe contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como havia matado todos aqueles profetas à espada.
2 – Por isso Jezabel mandou um mensageiro a Elias para dizer-lhe: Que os deuses me castiguem com todo o rigor, se amanhã nesta hora eu não fizer com a sua vida o que você fez com a deles.
3 – Elias teve medo e fugiu para salvar a vida. Em Berseba de Judá ele deixou o seu servo
4 – e entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou, pedindo a morte: Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados.
5 – Depois deitou-se debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: Levante-se e coma.
6 – Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se novo.
7 – O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: Levante-se e coma, pois sua viagem será muito longa.
8 – Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus.
9 – Ali entrou numa caverna e passou a noite. E a palavra do Senhor veio a ele: O que você está fazendo aqui, Elias?
10 – Ele respondeu: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, o Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me.
11 – O Senhor lhe disse: Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto.
12 – Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve um murmúrio de uma brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna.
13 – Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: O que você está fazendo aqui Elias?
14 – Ele respondeu: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, o Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me.
15 – O Senhor lhe disse: Volte pelo caminho por onde veio, e vá para o deserto de Damasco. Chegando lá, unja Hazael como rei da Síria.
16 – Unja também Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel, e unja Eliseu, filho deSafate, de Abel-Meolá, para suceder a você como profeta.
17 – Jeú matará todo aquele que escapar da espada de Hazael, e Eliseu matará todo aquele que escapar da espada de Jeú.
18 – No entanto, fiz sobrar sete mil em Israel, todos aqueles cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal e todos aqueles cujas bocas não o beijaram.
“Elias... viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horebe, o monte de Deus. Ali entrou numa caverna...”.

v. 8,9



Introdução

Não é raro encontrarmos pessoas que estavam indo bem na sua caminhada cristã, tendo vitórias sobre as lutas, vendo suas orações, até a das causas impossíveis sendo respondidas, que, de repente, somem, se isolam, se recolhem, se fecham em si mesmas e começam a diminuir a freqüência na igreja até não virem mais. O que aconteceu? Por que o número de desviados é tão grande quanto os de membros de igreja?

O texto que lemos mostra que Elias acabara de conseguir grande vitória e notáveis respostas às suas orações. Ao glorificar a Deus seu prestígio subira muito na terra! Contudo, ao se deparar com o inesperado recado da rainha Jezabel, o diabo de saias, Elias fugiu e se recolheu numa caverna. Não só entrou, ele ficou em atitude de caverna, no qual a maioria das pessoas afunda ocasionalmente. Tanto o seu coração, sua mente, e seu corpo se tornaram prisioneiros de suas emoções negativas e do seu desespero que o amarrava como uma corrente de ferro.

Martinho Lutero tinha períodos em que entrava nessa caverna e não saía com facilidade, nem mesmo os sucessos espirituais, como a tradução da Bíblia em alemão, foi o suficiente e, nessa ocasião, Satanás chegava para tentá-lo. Um dia o diabo veio com um livro dizendo ser um registro de todos os pecados dele. Abrindo-o citou alguns, mas Lutero, que em princípio ficou deprimido, começou a rir e dizer: “Olha, Satanás, os meus pecados estão escritos no teu livro, mas no de Deus eles já foram apagados com o sangue de Jesus”. E saiu da caverna do esgotamento espiritual.

Todos nós estamos sujeitos a entrar na caverna do esgotamento espiritual, e hoje vamos refletir sobre a oportunidade que a Campanha dos 40 dias lhe dá para sair dela. Elias entrou e saiu da caverna do esgotamento espiritual em quarenta dias. Precisamos sair da caverna do esgotamento espiritual nesses quarenta dias da Campanha de vida com propósitos. Como sair da caverna do esgotamento espiritual em 40 dias?


I – DESCUBRA O QUE O LEVOU À CAVERNA DO ESGOTAMENTO ESPIRITUAL

1.1. Uma Expectativa Errada de Futuro


“Elias teve medo e fugiu para salvar a vida... orou pedindo a morte: Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados...”. v. 3,4


Elias foi um dos personagens mais ilustres, peculiares e dramáticos da Bíblia porque assumiu posição muito firme, na causa do único Deus verdadeiro, desafiando quatrocentos e cinqüenta sacerdotes e profetas de Baal. O Deus de Elias respondeu com fogo naquela ocasião. Ao ouvir falar desta vitória miraculosa, Jezabel declarou sua intenção de mandar matar Elias em vinte e quatro horas. Fugindo em busca de proteção contra a ira dela, finalmente chegou ao ponto de achar que o futuro não lhe reservava nenhuma esperança. Em seu desespero, se assentou debaixo de uma giesta (zimbro, em outras versões), uma árvore típica dos desertos da Judéia que davam sombra aos peregrinos, e, pensando em desistir de tudo, pediu para morrer.

O que levou Elias a entrar naquele profundo estado de desencorajamento, desânimo e frustração? Ele idealizou um futuro para Israel e para si mesmo. Achou que a demonstração de poder que Deus realizara traria um avivamento imediato à nação. Por que a expectativa de futuro de Elias estava errada? Primeiro, ele viu seus sonhos ruírem como castelo de areia e o medo tomou conta de sua alma porque transformou-se de herói do povo em proscrito e ninguém se levantou a seu favor. Segundo, sentiu-se só, fracassado, tendo a impressão que a vida perdera o sentido. Terceiro, achou que aquela vitória no Monte Carmelo era definitiva quando, era só uma grande batalha. Quarto, Deus nunca prometera a ele que o futuro aconteceria como ele imaginou, esqueceu-se que o coração das pessoas é tão duro que não é um milagre externo que as leva a se render e sim o milagre feito no coração.

Isaías 55:8,9: “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os céus são mais alto do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus caminhos”.

Uma coisa que leva à caverna do esgotamento espiritual é os ideais elevados demais. Alguns se afastam da igreja porque acham que ela deve ser perfeita. Ora a igreja não é composta de pessoas perfeitas, mas de pessoas que buscam ser diferentes do que eram antes de conhecerem a Jesus e essa busca é um processo. Ela é um edifício em construção e enquanto estiver em obras vai haver entulho dentro dela que Jesus removerá até ela ficar pronta. A Nova Jerusalém em Apocalipse é a Igreja pronta. Cuidado com suas expectativas de futuro. No lugar de buscar perfeição em si mesmo e nas outras pessoas, compreenda que todos nós estamos em construção e que Jesus irá terminar a obra. Por isso é muito bom que digamos uns aos outros: “Tenha paciência comigo, Deus ainda não terminou sua obra em mim”.

O filme “Olga” nos conta a história do fracasso da intentona comunista na época de GetúlioVargas, Luís Carlos Prestes projetou uma revolução baseada em ideais que julgava ser compartilhados por setores estratégicos da sociedade, o resultado foi decepcionante. Suas expectativas não foram correspondidas.

Ideais elevados demais nos levam a desenvolver expectativas erradas de futuro. Acharemos a pessoa certa para casar e ser feliz, nossos filhos realizarão nossos sonhos, nossa empresa irá de vento em popa, nossa carreira é tudo que precisamos. Tais expectativas caem por terra na primeira decepção, e o que mais chateia é o fato de que nem mesmo nós conseguimos preencher esses ideais que adotamos. Não conseguimos ser a companhia ideal, o parceiro ideal, o pai ou a mãe ideal, o filho ideal, o empresário ou o funcionário ideal, ou um membro de igreja ideal, e aí entramos na caverna do esgotamento espiritual, envergonhados consigo mesmo e decepcionados com os outros.

Por mais elevados que possam parecer, nossos ideais não chegam aos pés dos planos que Deus tem para cada um de nós. Ele não tem ideais, mas propósitos. Planejou vivermos em relacionamento com Ele e Sua família, um padrão de vida em Seu Filho Jesus Cristo, sentido de vida baseado no serviço e uma missão de resgate de pessoas perdidas que ainda não O conhecem.

Nós evitamos expectativas erradas de futuro ao nos conscientizarmos que o Senhor tem Sua visão de toda situação e é mais privilegiada que a nossa. Se depois que fizermos o que Deus nos orientou, os resultados não forem o que esperamos, no lugar de nos sentirmos fracassados, desiludidos, devemos esperar para entender o Seu coração depois.

Quando Jesus chamou os discípulos para segui-lo, eles desenvolveram uma expectativa errada de futuro em relação ao Reino de Deus. Alguns pediram para sentar à direita e à esquerda dele, outros disputavam quem seria o maior no Reino de Deus, até Jesus morrer na cruz e eles ficarem sem chão, sem esperança, decepcionados. “Esperávamos que fosse ele que ia trazer a redenção a Israel”. Disseram dois deles no caminho de Emaús (Lucas 24:21). Achavam que Jesus iria tirar Roma do trono do mundo e colocar Israel. Só depois da ressurreição é que compreenderam que Jesus veio para derrotar não um imperador, mas o Príncipe deste mundo que está por trás do sistema e nos libertar do Reino da escravidão do pecado. Ele queria libertar o mundo, não só Israel, o propósito era muito maior.

A Campanha dos 40 dias será a grande oportunidade de sua vida para refazer sua expectativa de futuro de acordo com a visão desse Deus maravilhoso, de confiar mais em Sua sabedoria do que em seus próprios sonhos, que são limitados. Somente assim você, no lugar de se preocupar com a pessoa ideal que lhe fará feliz, se preocupará em ser a pessoa ideal para fazer o outro feliz. Hoje você tem a oportunidade de rever sua expectativa de futuro. Uma outra coisa que leva você à caverna do esgotamento espiritual é:

1.2.Uma Visão Errada Da Realidade

“Depois se deitou debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: Levante-se e coma. Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo... mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me”. v. 5,6,10


Elias, cansado e sedento, no deserto, longe de casa, debaixo de uma Siebra, profundamente deprimido e desejando morrer por se sentir um fracassado, estava cheio de queixumes e resmungos. Ele vira grandes coisas, mas foram reduzidas a quase nada, de uma perspectiva prática ligada a uma visão errada da realidade presente. Para ele o que antes era uma grande vitória agora não passava de um grande show pirotécnico no Monte Carmelo, mas sem nenhuma mudança entre o povo, sem nenhum dos resultados que ele esperava.

Apesar de Deus ter lhe dado a vida, ele queria morrer. Tornou-se prisioneiro de suas emoções negativas, e seu desespero prendeu sua mente à pequenez da situação. Ele não conseguia dizer como o salmista do Salmo 18:19: “Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque ele se agraciou de mim”. Na sua ótica, sua missão fracassou e o melhor a fazer era se esconder na caverna do esgotamento espiritual e esperar o fim, já que era o único fiel.

Vivemos em uma sociedade pragmática que julga tudo pelos resultados e resultados imediatos, por isso os fins justifiquem os meios. O que Deus nos manda fazer, ou nos orienta pode produzir ou não resultados imediatos, mas, com certeza, produz resultados permanentes e crescentes.

Um jovem pregava o evangelho nos vagões do trem. Certo dia,começou a pregar e, de repente, um homem se levantou, mandou-lhe calar a boca, blasfemou contra Deus, lhe deu uma tapa no rosto e jogou sua Bíblia pela janela. Profundamente magoado, se afastou do evangelho decepcionado, deixou a igreja. Passou o tempo e ele, sentindo um vazio, foi a um culto. Lá ouviu o testemunho de um homem que, num determinado dia, entrou em desespero e foi à linha do trem disposto a se matar, quando, de repente, uma Bíblia caiu de um vagão na sua frente e através dela encontro-se com Jesus. Foi aí que aquele jovem pregador entendeu que seu aparente fracasso naquele dia nada mais foi do que Deus usando aquela circunstância para salvar uma vida.

Quantos de nós ficamos cheios de queixumes e resmungos porque em determinada situação os resultados não foram o esperado e achamos que houve um fracasso. Quando as coisas não saem como planejadas, quando tudo parece dar errado, quando, no momento, nada parece se encaixar terminamos desenvolvendo uma visão errada, precipitada e limitada da realidade que nos faz entrar na caverna do esgotamento espiritual.

Na última ceia, Jesus pegou uma bacia e uma toalha e começou a lavar os pés dos seus discípulos, ao chegar a Pedro, este lhe perguntou: “Senhor, vais lavar os meus pés?” Jesus lhe respondeu com uma profunda verdade: “Você não compreende agora o que estou fazendo; mais tarde, porém, entenderá”.

É esta fé que Jesus espera de nós, quando os resultados momentâneos não forem condizentes com o que esperamos, quando um aparente fracasso surgir tentando plantar dúvida em nossa mente a fim de prendê-la àquela situação pequena e isolada, precisamos confiar que esses pequenos eventos fazem parte de um todo que o Senhor está visualizando, Assim saímos da caverna do esgotamento espiritual, porque entendemos que o sentimento de se estar só, é só um sentimento e não a realidade, nós saímos da caverna, porque passamos a entender que Deus nunca nos abandona. Hebreus 13:5: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”.

A Campanha dos 40 dias é a oportunidade para, no lugar de reduzi-los a nada, fazer dos feitos que Deus já fez em sua vida, uma base de fé sólida para esperar Sua ação no devido tempo e perceber que não há razão para continuar na caverna do esgotamento espiritual porque até as circunstâncias ruins são usadas por Deus para nos abençoar.

O primeiro passo para sair da caverna do esgotamento espiritual é saber que uma expectativa errada de futuro e uma visão errada da realidade presente levam você a entrar na caverna do esgotamento espiritual. Um segundo passo para sair da Caverna do esgotamento espiritual é:

II – PARE DE NUTRIR O QUE O MANTÉM NA CAVERNA DO ESGOTAMENTO ESPIRITUAL

2.1. A Decepção Injusta com Deus

“Ali entrou numa caverna, e passou a noite... Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, o Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me”. v. 9, 10

Elias caminhou para o Monte Horebe, e ali entrou fisicamente na caverna, já que estava nela em espírito. Aquele cuja oração fizera Deus mover os elementos, estava agora escondido por causa da raiva de uma mulher. Ao ser questionado por Deus, ele lastimou sua sorte e expressou sua amargura e decepção. Basicamente disse a Deus: “Olha, o Senhor me chamou para uma missão e eu a cumpri dando o máximo de mim, só que fiquei na mão, o povo abandonou a fé, Acabe e Jezabel continuam no poder, promovendo uma rebelião aberta contra o Senhor. Mataram os teus profetas, derrubaram os teus altares e o Senhor não fez nada. Por isso resolvi abandonar a missão procuram me matar também e não tenho certeza que o Senhor fará alguma coisa para impedir. Que houve? O Senhor nos abandonou? Não se importa mais com seus profetas?”.

Elias estava num tamanho estado de angústia que por duas vezes repetiu essas mesmas palavras, Acabe e Jezabel eram os promotores explícitos dessa situação. A coisa estava podre de alto a baixo, e ninguém, permaneceu fiel, a não ser ele. Sua angústia o levou a perder a perspectiva espiritual e a sua alma, contraída pelo medo, cometeu uma injustiça, porque, com Deus, nenhuma situação extrema era definitiva ou final.

Quantas pessoas se dizem atéias por causa de uma decepção com Deus, na verdade tornaram-se indiferentes a Ele porque em alguma tragédia pessoal julgavam que Deus tinha de intervir. Outras porque acham que Deus deveria agir de maneira determinada, e, não acontece, surge a angústia de quem não leva em conta que Ele não pode ser retido em padrões ou conceitos humanos. E outras porque acham que as coisas só acontecem nesta terra, então, aqui se faz, aqui se paga, o velho materialismo em ação dominando a mente. Tal decepção é injusta porque ignora o fato de que o fim ainda não chegou, Deus está planejando algo melhor, e provando nossa fé.

Os teólogos e pregadores medievais davam muita importância ao que eles chamavam de Sete Pecados Mortais. Orgulho, inveja, ira, avareza, glutonaria, sensualidade e desânimo. Na velha relação dos Sete Pecados Mortais o desânimo era chamado de preguiça. Isso nos surpreende porque, geralmente, não pensamos em desânimo como pecado. Pelo contrário, pensamos nele como infortúnio ou aflição. Porém, visto que ele resulta da falta de fé em Deus e sua providência, pode muito bem ser relacionados entre os pecados que assaltam e ferem a nossa alma. Desânimo é a escolha do caminho mais fácil da desistência, no lugar do da perseverança, e da esperança.

Você deixa de nutrir a decepção injusta com Deus quando para de enxergar situações extremas e desfavoráveis com finais e definitivas. Por mais prolongada que a aflição possa parecer, ela é sempre temporária. Por mais injusta que seja a circunstância aparente, vai passar e o propósito de Deus vai prevalecer. O Salmo 37 é o melhor antídoto contra a decepção injusta com Deus:

“Não se aborreça por causa dos homens maus e não tenha inveja dos perversos; pois como o capim logo secarão, como a relva verde logo murcharão. Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração. Entregue seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá: ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente. Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência;não se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que maquinam o mal”. (v. 1-8).

Marta e Maria se decepcionaram injustamente com Jesus porque ele não curou Lázaro, que veio a falecer. O que não sabiam é que o Senhor tinha um plano muito maior para a vida dele que foi posto em prática quatro dias depois de sua morte: Ressuscita-lo para a glória de Deus!

Não se decepcione com Deus porque ele ainda não terminou. Tenha coragem de continuar crendo contra tudo e contra todos. Renove a esperança e se lembre do que a Bíblia diz: “Ora a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Pois por meio dela os antigos alcançaram bom testemunho... Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa àqueles que o buscam”. (Hebreus 11:1-3,6).

A Campanha dos quarenta dias com propósito é a oportunidade de você sair da caverna do esgotamento, conhecendo o modo como Deus opera em sua vida. Pare de nutrir essa decepção com Deus e você estará livre para sair. Existe, porém, um outro sentimento que o mantém na caverna do esgotamento espiritual.

2.2. O Sentimento de Auto-Piedade

“Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados... Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, o Deus dos Exércitos... Sou o único que sobrou”.
v. 4,10,14

Debaixo da giesta ou na caverna, Elias estava deprimido. As coisas não saíram como ele esperava. Ele sonhava em promover um grande avivamento no Reino do Norte, Israel, mas, apesar da seca que só parou quando ele orou e da manifestação de poder de Deus em forma de fogo no monte Carmelo, tal avivamento não veio. Para completar Jezabel, a eminência parda no reino de Acabe, ameaçou colocar todos os seus assassinos na sua cola para eliminá-lo em vinte e quatro horas, sentindo medo, abandonou a sua missão, e fugiu de Jezreel tão ligeiro com chegou. Descobriu que não era capaz de dar a sua vida pela causa do Senhor e, por isso, se sentiu um fracassado. “Eu não sou melhor do que os meus antepassados”. Não havia mais razão para viver.

Além disso, do seu ponto de vista, estava só, não havia espaço no mundo para alguém como ele. Esta queixa desesperada era fruto de uma pessoa que, com uma profunda consciência de dever, muitas vezes viveu a sós com as suas meditações, mas agora, sentia a falta de amigos e apoio humano. Esquecendo-se de que a vitória da causa de Deus não dependia dele, Elias começou a alimentar o hábito egoístico e destrutivo de ter pena de si mesmo. Por isso, Tiago disse certa vez: Tiago 5:17: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos”.

Muitas pessoas têm se recolhido na caverna do esgotamento espiritual porque se concentram em si mesmos de forma egoísta, pensando que o mundo não os merece, não os valoriza, e, muitas vezes, se declaram fracassados porque querem que as pessoas sintam pena também. Esse hábito é destrutivo porque mina a fé e a esperança, levando-as a desenvolver, no fundo, um conceito mais alto de si mesmo do que realmente é. Elas se arriscam a achar que merecem os benefícios de Deus e das pessoas. É esse sentimento que está por trás das ações de quem pratica corrupção em qualquer esfera: Eu mereço mais! É este sentimento que está por trás Calvário todo o chão é plano. Todos nós somos pecadores, não merecemos a graça de Deus, tudo o que temos é por causa do Seu amor. Por isso, não temos porque ter autopiedade. Paulo diz:

Romanos 12:3: “Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu”.

Todo sofrimento, decepção e tribulações que Deus permite que passamos na vida tem como propósito nos fazer crescer, amadurecer, nos fortalecer para chegarmos no alvo que ele planejou para nós. Tiago 1:2-4: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma”.


Estranhamente, é verdade que, no mundo físico, grande parte das maiores belezas é produto de pressão e sofrimento. A pérola, uma das mais belas pedras preciosas, é o resultado de dor e irritação causadas na ostra, em que camada após camada de beleza é adicionada ao redor do grão de areia perturbador. E o diamante, que reflete os raios do sol em todas as cores refulgentes do arco-íris, é o resultado das pressões e choques ocorridos nas profundezas da terra.

Nada escapa aos propósitos de Deus, até nossas tribulações e erros ele levou em conta, por isso, para sair da caverna do esgotamento espiritual é preciso parar de nutrir esses sentimentos: O de decepção injusta com Deus e o de auto-piedade. Aproveite a Campanha dos quarenta dias para isso.

III – OUÇA A VOZ DE DEUS LHE CHAMANDO PARA FORA DA CAVERNA DO ESGOTAMENTO ESPIRITUAL

3.1. Para Lhe Mostrar que Está no Lugar Errado


“Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa... Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar... E a palavra do Senhor veio a ele: O que você está fazendo aqui, Elias?” v. 7,9,11,13

O texto também nos chama a atenção ao fato de Elias, apesar de todo o desânimo e decepção, fugiu para o Monte Horebe, em direção a Deus, apesar de tudo. Queria ouvir a voz de Deus e Ele começou a falar com o profeta desde quando estava debaixo da giesta.

Primeiro, Deus falou que iria curar o seu desânimo ao enviar o anjo com provisão material para seu corpo físico e, mesmo depois que Elias, comeu e bebeu e, depois voltou a dormir, esquecendo de reparar na presença que estava ali, O Senhor o tocou pela segunda vez, e o alimentou de novo. Deus sabia que, assim como as curas físicas com freqüência requerem tempo, com uma aplicação demorada de medicamentos. As curas da alma e da mente também podem levar algum tempo. Deus é o Deus da segunda chance, do segundo toque, é aquele que levanta o prostrado e o coloca de pé, como fez com Elias levando-o a caminhar por quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Monte de Deus.

Segundo, Deus falou que iria curar sua angústia ao chegar com Sua presença dentro da caverna com provisão espiritual, mostrando que ele não está tão só quanto parece. Ao perguntar, O que você está fazendo aqui, Elias? Deus estava dizendo a ele que estava fora da Sua vontade, de seus planos, estava no lugar errado. Não havia o que fazer ali. Deus mostrou a Elias que seus planos para a vida dele não incluíam a sombra da giesta para alimentar autocomiseração, nem a caverna para alimentar auto-piedade. Deus o queria no centro da Sua vontade.

Agostinho desenvolveu duas teorias acerca da nossa relação com Deus. A “teoria do Gato e Seus Filhotes” e a “Teoria do Macaco”. O gato sempre carrega os seus filhotes pela nuca, enquanto o macaco se agarra ao pescoço de sua mãe e é carregado. A questão é: É Deus que me carrega, quer eu resista, quer não, ou sou eu que me agarro a Deus e me apego a Ele? O cristianismo responde: Ambas as coisas! Eu seguro e sou segurado. Isto é, eu me apego a ele, e ele, por seu turno, me segura de encontro a si, e juntos nos tornamos co-partícipes”.

Há muitas pessoas que, quando desanimadas, deprimidas e desencorajadas, por estarem decepcionadas correm para longe de Deus. O melhor a fazer é como Elias, correr para o Único que pode ajudar. Não fuja de Deus! Fuja para Ele! É o único que pode lhe prover as necessidades físicas, emocionais e espirituais. Deus não quer você nem debaixo da giesta, nem da caverna, porque o desânimo, o esgotamento espiritual obscurece a fé e polui as forças ocasionando desespero, de forma que é difícil até ver Deus.

Assim como Deus manifestou o seu amor a Elias, Quer dizer a você que O ama e está sempre perto de você mesmo nos momentos mais difíceis de sua caminhada, mesmo que não O perceba, e, muitas vezes, nem O reconheça. É com o Seu amor que Ele lhe chama para sair da caverna.

É a falta de um conhecimento mais profundo de Deus que nos leva ao desespero. Platão, para ilustrar a sua visão filosófica, contou o famoso Mito da Caverna, sobre um grupo de pessoas que foram nascidas e criadas dentro de uma caverna, onde tudo era feito na escuridão, tudo adaptado ao escuro, estavam acostumados a ela, até que um dia, um deles chegou à saída da caverna e descobriu que existia muita coisa além e melhor, da vida que eles levavam como a luz, as cores, as formas, os seres, a noção de espaço e profundidade, tudo muito diferente e fascinante. Tal descoberta mudou radicalmente a visão de vida deles. Com essa parábola Platão afirmava que a ignorância é como uma caverna escura, e o conhecimento é a luz que leva para fora da caverna.

Quem sabe não foi a falta de um conhecimento mais profundo acerca de Deus e do Seu amor que o levou a entrar na caverna do esgotamento espiritual, hoje Ele lhe mostra o quanto te ama, entrando na caverna indo ao seu encontro e lhe convidando para sair. Oséias 4:6: “O meu povo foi destruído por falta de conhecimento”. Não fique nas trevas da ignorância, saia da caverna,venha para a luz do amor de Jesus. Este será o convite feito durante os quarenta dias com propósito.


3.2. Para Lhe Fazer Recuperar o Foco

“O Senhor lhe disse: Volte pelo caminho por onde veio... fiz sobrar sete mil em Israel, todos aqueles cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal e todos aqueles cujas bocas na o beijaram”. v.15, 18


O Monte Horebe foi o lugar onde Deus, com trovões e relâmpagos entregou a Lei a Moisés. Ele fez passar um vento que quebrava as rochas, mas, não estava no vento, depois veio um terremoto terrível, também não estava ali, em seguida veio um fogo, também, não estava nele. Após todas essas manifestações, numa brisa suave, inesperada, quase silenciosa, Se fez presente. A língua original classifica de um som de gentil silêncio. Sabe por quê? Deus não queria que Elias se aproximasse por medo, mas, por amor.

Perguntando-lhe uma segunda vez o que fazia ali, e suportando a amargura de espírito de Elias, Deus lhe abre a visão e lhe descobre o engano de suas impressões das circunstâncias. Lembra-lhe os cem profetas que Oséias escondeu em cavernas e que estão esperando o Seu chamado, Por pior que fosse a apostasia, Deus sempre reservou um grupo pequeno para começar tudo de novo. Por que não me perguntou, Elias? Por que não confiou em mim? Por que se precipitou? Por que não descansou na minha força? Não sabia que ainda não operei juízo sobre Israel e sobre a casa de Acabe por causa desses filhos que continuam fiéis, apesar da perseguição? Contudo, o juízo vai chegar e é você quem vai anunciar. Elias confundiu o silêncio de Deus com inatividade, e perdeu o foco. Contudo, Deus lhe restaurou as forças, o ânimo, a fé e o foco de sua missão, levando-o a voltar exatamente por onde veio e reassumir a missão acabado.

John Gill: “...uma voz, não rouca, mas gentil, mas como um cicio do que como um rugido; algumas vezes suave, fácil e musical. O evangelho é uma voz gentil de amor, graça, misericórdia e paz. Se a Lei foi acompanhada por relâmpagos e terremotos... Bem aventurados os que ouvem a voz tranqüila do evangelho”.

A melhor inspiração nas horas de depressão é receber mais responsabilidades das mãos de Deus, e saber que Ele ainda o ama e confia a ponto de lhe dar uma missão, restaurando o foco que precisa para uma vida vitoriosa. O que está acontecendo, ou o que aconteceu com você em qualquer área, as decepções e circunstâncias não indicam que chegou ao fim. Deus é o fim último de tudo, e Ele continua buscando você para lhe restaurar o foco da sua vida. Confie na visão de Deus, nada escapa ao Seu controle. Confie na Sua fidelidade e nunca mais confunda o silêncio de Deus com inatividade. Deus nunca está parado, quando em silêncio, está trabalhando para cumprir seus planos.

Deus está lhe convidando a sair da caverna do esgotamento espiritual, e lhe separando para uma missão. Na Campanha dos quarenta dias você descobrirá o que Deus tem reservado para você.

Conclusão

Sair da caverna do esgotamento espiritual é abandonar a atitude de caverna. Peça a Deus que liberte sua mente e sua alma dessas emoções negativas que o tem levado a se tornar prisioneiro de situações pequenas, sem levar em conta o contexto espiritual geral, que inclui as promessas de vitória do Senhor.

Veja o que o levou à caverna, mude sua expectativa de futuro e sua visão da realidade presente. Pare de nutrir sentimentos como decepção com Deus e auto-piedade, Ouça e atenda a voz de Deus que lhe entrou na caverna para lhe chamar para fora, porque a melhor maneira de vencer os medos não é encara-los, mas encarar a presença de Deus, ser inundado pelo Seu amor, e por isso, ver o medo ser lançado fora.

A Campanha dos quarenta dias é a oportunidade de ser liberto dessa caverna de esgotamento espiritual. Saia da caverna!